• A concordância verbal é a igualdade de flexões de pessoa e número entre o sujeito e o verbo. Regra básica de concordância verbal na linguagem formal ou culta escrita: o verbo concorda com o sujeito em pessoa e número.
• A concordância nominal é a igualdade de flexões de gênero e número entre o substantivo e as palavras que a ele se referem, conhecidas como determinantes (adjetivo, numeral, artigo e pronome adjetivo). Regra básica na linguagem formal ou culta escrita: palavras que se associam ao substantivo (ou ao pronome substantivo) concordam com ele em gênero e número.
• A ordem dos termos na frase não altera a obrigatoriedade das concordâncias verbal e nominal.
• A revisão dos próprios textos escritos, com atenção especial à concordância, é um procedimento importante para o cumprimento das regras da gramática normativa.
29. EMPREGO DE VERBOS: MODO SUBJUNTIVO, MODO IMPERATIVO E FORMAS NOMINAIS
• O emprego do modo verbal evidencia a atitude do falante em relação ao evento de que ele fala. O falante usa o modo indicativo quando avalia o evento como real ou certo.
• O falante usa o modo subjuntivo quando avalia o evento como duvidoso, hipotético ou irreal.
• A correlação verbal resulta da coerência entre o tempo do verbo da oração principal e o da oração subordinada.
• O falante usa o modo imperativo quando deseja comunicar ao interlocutor uma ordem, um conselho, um pedido, uma sugestão, um convite.
• As nuances do imperativo e das formas de comando são expressas pelo acréscimo de expressões de cortesia (ou de polidez) ou pelo uso do presente ou do futuro do indicativo, do imperfeito do subjuntivo ou de formas do verbo querer.
• As formas nominais são três:
– o infinitivo (forma terminada em -r) é a forma nominal que representa o verbo; nomeia uma ação
ou um estado, por isso tem valor de substantivo. É chamado de impessoal quando não se refere a nenhuma pessoa gramatical, ou seja, não tem sujeito. O infinitivo pessoal possui desinências para as três pessoas do plural (nós, vós, eles) e para a 2ª do singular (tu).
o gerúndio (forma terminada em -ndo) tem valor de advérbio ou de adjetivo e, basicamente, expres-
sa uma ação em curso.
o particípio (forma terminada em -do) apresenta o resultado do processo verbal; tem valor de adjetivo.
• A crônica jornalística de humor pode lançar mão de variados expedientes para atingir seus objetivos (expectativa e surpresa, exagero, nonsense, caricatura, jogos de palavras, subentendidos, etc.).
• Um dos procedimentos comuns para se realizar o humor crítico (sátira) é a subversão de um texto (texto-fonte) por meio da paródia.
• Paródia é a recriação de um texto (ou de um gênero textual) com finalidade crítica, produzindo efeitos cômicos e satíricos.
• Os efeitos de humor da paródia só são atingidos se o leitor conhece o texto-fonte.
MÓDULO 14 - VARIAÇÃO E GRAMÁTICAS: CORREÇÃO E ADEQUAÇÃO
O ser humano adora conversar! O tempo todo estamos falando com alguém nas mais diversas situações comunicacionais. Quando utilizamos o código, que é a língua portuguesa, envolvemos inúmeras operações mentais que nos levam a escolher o vocabulário e até mesmo um jeito mais apropriado de falar, e esse jeito pode variar de acordo com a situação na qual estamos envolvidos.
Somos poliglotas, mesmo quando dominamos uma única língua. Isso acontece porque os falantes possuem uma grande capacidade de adaptarem-se em diferentes contextos, fazendo usos diferentes de um mesmo idioma. Na escola, conversando com os amigos, fazemos uso de uma determinada linguagem; quando falamos com a professora ou com o professor, a linguagem sofre algumas modificações, ficando mais formal e até mais respeitosa. Essa capacidade de “falar diferente” é chamada de adequação linguística. Mas será que você sabe o que é adequação linguística?
Nossa fala comporta-se de maneiras diferentes: com nossos amigos, usamos a linguagem coloquial. Em situações formais, preferimos a linguagem padrão
A adequação linguística é a habilidade que os falantes possuem de adaptar a linguagem de acordo com a necessidade do momento. Podemos optar por dois diferentes registros da língua portuguesa: a variedade padrão ou a variedade popular, também conhecida como linguagem coloquial. Cada uma dessas variedades deve ser empregada em situações específicas, e ambas, sem distinção, funcionam bem, cumprindo papéis específicos na comunicação. Observe um exemplo de adequação linguística que foi questão de prova do Exame Nacional do Ensino Médio no ano de 2009:
Gerente: — Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente: — Estou interessado em financiamento para compra de veículo.
Gerente: — Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é nosso cliente?
Cliente: — Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.
Gerente: — Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).
Você observou que a maneira de falar da gerente sofreu uma grande alteração quando ela reconheceu no cliente um amigo? Antes de saber que falava com o colega, ela adotou a variedade padrão, registro que apresenta um discurso mais formal, próprio das relações profissionais e de momentos em que não conhecemos bem nosso interlocutor. Contudo, depois que o amigo se identificou, ela alterou o registro, preferindo a linguagem coloquial, cuja principal característica é a descontração e a informalidade. Agora, observe o que pode acontecer quando não adequamos a linguagem à situação comunicacional:
Para sermos poliglotas em nossa própria língua, é preciso ficar atento à adequação linguística
Observando o diálogo entre Calvin e a mãe, podemos dizer que ele fez uso da adequação linguística? Certamente não! O uso de uma linguagem formal e cheia de palavras “difíceis” contribuiu para o efeito de humor da tirinha, exemplificando bem que para cada momento existe uma maneira mais adequada de falar. Na nossa casa, com nossa família, ou na escola, com nossos amigos, é normal que a coloquialidade seja adotada no discurso. No entanto, em situações que exigem um discurso mais formal, devemos abrir mão de gírias e outras expressões próprias da coloquialidade, preferindo a variedade padrão. Portanto, fique atento, comunique-se com eficiência e adequação!
• Os verbos são palavras que se caracterizam e se diferenciam por terminações (ou desinências), que indicam modo, tempo, pessoa e número. Essas terminações se juntam ao radical dos verbos, que é a parte que contém o significado básico da palavra.
• Características da classe dos verbos:
– Modo: indica as diferentes atitudes do enunciador (quem fala ou escreve) com relação à ação ou ao processo que enuncia. São três: indicativo, subjuntivo, imperativo.
– Tempo: indica o momento em que o evento – ou o estado – ocorre como anterior (passado), simul-
tâneo (presente) ou posterior (futuro) em relação ao momento da fala.
– Pessoa: está relacionada aos sujeitos envolvidos no discurso.
– Número: responsável pela concordância do verbo com o sujeito no singular ou no plural.
– Vogal temática: identifica a 1ª conjugação (-a-), a 2ª conjugação (-e-) e a 3ª conjugação (-i-). Serve de
ligação entre uma raiz ou radical e a terminação.
A raiz ou radical + vogal temática constitui o tema do verbo ou da forma verbal.
• Do ponto de vista sintático, o verbo organiza a oração por meio da concordância com o sujeito,
da transitividade, da regência e da voz; do ponto de vista semântico, os verbos podem indicar ação,
transformação, fenômenos naturais, fatos, estado, localização, etc.
• A locução verbal é a combinação de um verbo auxiliar flexionado com uma das formas nominais:
infinitivo, gerúndio ou particípio do verbo principal.
As formas com verbos auxiliares podem marcar a duração de uma situação, indicando pontos de vista
diversos sobre ela.
• O presente simples pode exprimir: um evento que se prolonga até o momento da fala (Gosto de ler histórias policiais.); um evento habitual (Levanto-me diariamente às sete horas.); uma característica ou estado permanentes (O diamante é resistente.); uma verdade geral e atemporal (A dengue deve ser tratada.); um evento passado quando se quer atribuir vivacidade e atualidade ao enunciado (D. Pedro proclama a independência do Brasil em 1822.). O presente progressivo, formado pelo verbo auxiliar estar + o gerúndio do verbo principal (eu estou cantando), indica um evento visto como simultâneo ao momento da fala.
• O futuro simples é atualmente empregado apenas na linguagem escrita formal. Na fala, foi substituído
pelo futuro composto, em que se combina o verbo auxiliar ir com o infinitivo.
• O futuro do pretérito, conhecido como condicional, expressa um evento que ocorreria sob determi-
nadas condições.
• O pretérito perfeito do indicativo encara o evento como ocorrido em um tempo anterior ao momento
da fala e o dá como concluído.
• O pretérito imperfeito do indicativo situa o evento no passado (momento anterior ao momento da fala), dando-o como habitual, mas não o apresentando como concluído.
• O pretérito perfeito composto é formado pelo auxiliar ter no presente do indicativo mais o particípio
do verbo principal e expressa um evento que teve início no passado e continua até o presente.
• O mais-que-perfeito composto apresenta um evento situado no passado e anterior a outro, também
no passado. É formado pelo verbo ter ou haver no imperfeito do indicativo mais o particípio do verbo
principal, forma que predomina sobre o mais-que--perfeito simples, atualmente em desuso.
Esse trecho faz parte do
samba-canção “Último desejo”, escrito por Noel Rosa. Noel o compôs quase no fim
da vida, na década de 1930, em homenagem à corista Ceci, com quem teve um
romance memorável. Era uma canção de despedida de Ceci. Segundo o seu biógrafo,
“Um samba-canção que, a começar pelo título, ‘Último desejo’, tem a força de um
testamento”. O mesmo biógrafo adverte que “Último desejo” era também uma
despedida da vida, pois o compositor morreria logo a seguir.
[...]
Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar.
Nunca mais quero o seu beijo,
Mas
meu último desejo
Você não pode negar.
Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não,
Diga que você me adora,
Que você lamenta e chora
A nossa separação.
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim,
Que eu arruinei sua vida,
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim.
A propósito desse samba,
consta que um amigo de Noel veio com a notícia de que tinha ouvido Aracy de
Almeida cantar “Último desejo” no rádio, denunciando que ela nem tinha
aprendido a letra direito: em vez de “Mas
meu último desejo”, ela cantava “Pois
meu último desejo”. E o amigo acrescentou que podia parecer a mesma coisa, mas
não era. Noel irritou-se dizendo: “Juro que nunca mais dou música minha para
ela gravar”.
GABARITO
a) O que falta às frases do item I para que formem um
texto?
Falta uma relação de interdependência entre as frases. Todas
possuem significado isoladamente, mas não se articulam para
construir um significado geral.
b) Por que as frases do item II formam um texto, embora
contenham praticamente o mesmo número de pala-
vras das frases do item I?
Diferentemente do que ocorre no item I, as frases do item II se
articulam. Há palavras que as entrelaçam, criando corre-
lações de sentido entre elas. As palavras primeiro e segundo
estabelecem relações com o que se disse na frase anterior. A
última frase deste item se inicia por Eis por que, segmento
indicador de algo que decorre do que se diz no segmento anterior.
Todas essas correlações criam uma unidade de sentido entre as
frases, permitindo que as interpretemos dentro de um sentido
global. Todas essas frases se articulam para explicar nossa severi-
dade em relação aos defeitos alheios e nossa tolerância para com
os nossos defeitos.
2 E
3 A
4 C
5 A
6
a) Depois de ler com atenção essa notícia, copie todas
as palavras ou expressões utilizadas pelo autor para
substituir Boris Becker e evitar sua repetição. Explique
por que elas criam uma imagem positiva do tenista.
O excepcional atleta / o alemão / supercampeão / O ídolo das
quadras / um dos símbolos da força e da eficiência germânica /
tenista. As expansões lexicais criam uma imagem positiva, pois
destacam traços e características valorizados positivamente pela
sociedade.
B
b) Suponha agora que, em vez da expansão lexical
usada pela revista Veja, um outro redator tivesse
escolhido os seguintes termos para substituir Boris
Becker: o exibicionista / o Don Juan germânico / o
papa-títulos / O figurão das quadras / um dos sím-
bolos do poder neonazista / o atleta canastrão. Que
efeito produzem essas novas escolhas de palavras?
Com essas alterações, o texto nos induz a criar uma imagem
negativa de Boris Becker. Todos os termos selecionados para
substituí-lo são depreciativos e desvalorizados em nosso universo
MÓDULO 13 Variação de
modalidade: oralidade e escrita
“Quando o âncora de um
telejornal noticia acontecimentos, estamos diante de um texto oral ou escrito?
”
ORALIDADE (CONVERSAÇÃO) àààTEXTO REDIGIDO
Oralidade e a escrita podem ser
vistas como extremos de uma gradação: entre a conversação mais espontânea e a
redação de um projeto de lei (pensado, discutido e revisto muitas vezes), existem
graus intermediários de planejamento.
GABARITO
1
A
Há uma série de falas
iniciadas por elementos anafóricos (“isso”, “mas aí é que tá a questão”, “essa
é uma boa analogia”) que podem ser mencionados. Além
disso, as duas falas da
locutora Ju podem ser citadas por complementar um tópico da fala anterior.
B
A explicação deve ser coerente
com o exemplo citado no item a, apontando que ocorre retomada ou complementação
entre a fala introduzida e a anterior.
2
Na fala de Cris de Luca, o
marcador né? serve para demarcar a interação entre as interlocutoras: com ele,
a enunciadora busca adesão da enunciatária a seu
discurso. Na fala de Ju, o
marcador não apenas serve para buscar adesão, mas também demarca o fim do
enunciado, passando a palavra à outra participante.
3
O essencial é que os alunos
percebam que, em ambas as expressões, o termo assim não assume um valor
referencial (ou seja, sua função não é expressar um
conteúdo): antes, o termo
serve para preencher a fala, enquanto o enunciador planeja a sequência de seu
enunciado. Cabe reforçar que a pausa seguinte ao
marcador é, igualmente, um
recurso para ganhar tempo enquanto se elabora o texto.
4 E
5
a) cite dois recursos
utilizados para criar o efeito de con-
versa com o leitor.
O narrador se dirige
explicitamente à figura do leitor e simula uma
conversa, como se planejasse o
texto durante a interação.
b) explique como esse efeito é
construído citando passa-
gens do texto.
No fragmento, o uso do
imperativo (como em “Veja o leitor a
comparação que melhor lhe
quadrar”) explicita o diálogo com o leitor.
Além disso, o uso das
reticências no final do primeiro período (“Era fixa
a minha ideia, fixa como...”)
e o período seguinte (“Não me ocorre nada
que seja assaz fixo nesse
mundo”) simulam que o planejamento textual
esteja ocorrendo em
simultaneidade com a interação.
A manchete é o título de chamada da notícia mais importante de uma edição de jornal, seja ele impresso ou virtual, chamando a atenção do leitor e trazendo uma informação chave.
As matérias jornalísticas apresentam os acontecimentos segundo a leitura de mundo e a ideologia dos produtores dos textos e das empresas jornalísticas. Os jornalistas procuram construir uma visão de sociedade de acordo com os interesses políticos e econômicos vigentes ou considerados necessários em determinado momento histórico por uma determinada facção social, (Mariani,1999).
a) identifique, na fala de cada um dos garotos, exemplos
de variação linguística lexical (de vocabulário) e indique
termos do português brasileiro para substituí-los.
Para responder a essa questão, cabe incentivar a pesquisa em
dicionários (físicos ou digitais, pelo celular).
Na fala de Zito (“Deixa só, Zeca! Esse gajo anda-me procurar ainda.”),
deve-se indicar o vocábulo gajo. Na de Bino (“O quê? Queres
pelejar?”), deve ser indicado pelejar.
O primeiro termo pode ser substituído por moço, rapaz e, em
situações informais, cara. O segundo é sinônimo de lutar, brigar.
b) identifique, na fala dos mesmos garotos, exemplos de
variação linguística gramatical (que não sejam lexicais).
No nível gramatical, podem ser indicados o uso da segunda pessoa do
singular (“vês”, “ponho-te”), o uso da ênclise (“anda-me” e mesmo
“ponho-te”) e o uso do infinitivo em locuções que, no português
brasileiro, são feitas com o gerúndio (“anda-me procurar” em vez de
“anda me procurando”). Aproveite essa questão para lembrar que a
variação não ocorre somente no nível do léxico, mas também no nível
gramatical (sobretudo na fonética e na sintaxe).
2
a) defina a que se referem os termos musseque (7º pará-
grafo), makoa (7º parágrafo), bassula (8º parágrafo) e
gapse (8º parágrafo).
Musseque: bairro periférico, semelhante às favelas; makoa: espécie
de peixe; bassula: rasteira; gapse: golpe.
Neste item, encoraje os alunos a buscar, em um primeiro momento, o
significado contextual dos termos. Nessa primeira tentativa, é esperado
que eles identifiquem ao menos o sentido aproximado de cada vocábulo,
o que deve ser valorizado. Em seguida, havendo recursos, estimule-os a
pesquisar na internet o significado de cada termo.
b) desde o ano de 2013, está em vigor um acordo orto-
gráfico cujo intuito é promover maior unidade linguís-
tica entre as nações que têm o português como língua
oficial. Por que, nos vocábulos destacados no item an-
terior, não se veem reflexos dessa unificação?
Um acordo ortográfico regula exclusivamente a grafia dos vocábulos
(foi esse acordo que, por exemplo, suprimiu o acento que diferenciava
“para” [verbo] e “para” [preposição], ou que determinou o não uso de
hífen em termos como “autorretrato”). Os casos analisados aqui são
exemplos de variação lexical, ou seja, uma variação que envolve
vocábulos específicos de certa comunidade de falantes.
3 C
4
a) O “obstáculo” comentado no excerto deve-se funda-
mentalmente ao fato de a tradutora não ser falante
nativa da língua portuguesa. Você concorda com essa
afirmação? Justifique.
Não. O obstáculo a que a autora se refere é a tradução do termo
macróbio, que era conhecido no século XIX, mas caiu em desuso no
português contemporâneo. Desse modo, mesmo um falante nativo
teria dificuldades de compreender o significado do termo.
b) Adotando o registro formal contemporâneo, reescreva a seguinte frase do excerto: “Já lhe vão faltando as ouças”.
Convém aproveitar essa questão para orientar os alunos a, quando lerem textos literários mais antigos, buscar identificar pelo contexto certos significados.
Entre outras opções, pode-se reescrever a frase assim: “A audição dela já está prejudicada.”
25. A INTERNET COMO FONTE DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
• O computador e a internet são apenas meios, instrumentos.
• “O trabalho do aluno, como o trabalho de qualquer pessoa [...], deve refletir o pensamento e as emoções de quem o elabora. Ou seja, o trabalho deve ser eminentemente pessoal” (M. Scliar).
• Para fazer uma boa pesquisa e obter bons resultados, o pesquisador deve ler criticamente os conteúdos
com os quais depara, selecionar criteriosamente as informações e organizá-las. É importante pesquisar
em mais de uma fonte, para conferir as informações.
Atenção: esses pronomes não
costumam ser usados como complementos verbais na língua-padrão. Frases como
"Vi ele na rua" , "Encontrei ela na praça", "Trouxeram
eu até aqui", comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes
oblíquos correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na
praça", "Trouxeram-me até aqui".
Obs.:
frequentemente observamos a omissão do
pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas verbais
marcam, através de suas desinências,
as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto. Por exemplo:
Fizemos boa viagem. (Nós)
Pronome Oblíquo
Pronome
pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a
função de complemento
verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal. Por
exemplo:
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é
uma forma variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a
função diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito da
oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de
acordo com a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
PRONOME OBLÍQUO ÁTONO
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são
precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca. Por exemplo:
Ele me deu
um presente.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
- 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se,
o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se,
os, as, lhes
Observações:
O lhe é o único
pronome oblíquo átono que já se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a
união entre o pronome o ou a e preposiçãoa ou para.
Por acompanhar diretamente uma preposição, o pronome lhe exerce
sempre a função de objeto indireto na oração.
Os pronomes me, te, se,
nosevos podem
tanto ser objetos diretos como objetos indiretos.
Os pronomeso,
a, oseas atuam
exclusivamente como objetos diretos.
Saiba que:
Os pronomes me,
te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se com os
pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-la,
no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las.
Observe o
uso dessas formas nos exemplos que seguem:
- Trouxeste o pacote?
- Sim, entreguei-to ainda há pouco.
- Não contaram a
novidade a vocês?
- Não, não no-la contaram.
No português do
Brasil, essas combinações não são usadas; até mesmo na língua literária
atual, seu emprego é muito raro.
Atenção:
Os pronomes o, os, a, as assumem
formas especiais depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r,
o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao
mesmo tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la
Quando o verbo
termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas. Por
exemplo:
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas
PRONOME OBLÍQUO TÔNICO
Os pronomes oblíquos
tônicos são sempre precedidospor preposições, em geral as
preposições a, para, de e com. Por esse motivo, os pronomes
tônicos exercem a função
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim,
comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti,
contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele,
ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós,
conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós,
convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles,
elas
- Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a
primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem a forma do pronome
pessoal do caso reto.
- As
preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e
nunca pronome do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o
uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais
nada entre mim e ti.
Não se
comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há
nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.
Atenção:
Há construções em
que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para
introduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo
pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso
reto. Por exemplo:
Trouxeram vários
vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.
- A combinação da preposição "com" e
alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
-
As formas "conosco" e "convosco"
são substituídas por "com nós" e "com
vós" quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras
como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou
algum numeral. Por exemplo:
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.