terça-feira, 22 de setembro de 2015

Livro 7º ano - 4º Bimestre

Galera, O livro que vamos trabalhar neste 4º bimestre é:

Contos africanos dos países de língua portuguesa
Autor: Luandino Vieira e outros
Editora Ática

O link para comprá-lo no site da edita é este:



Questões de concursos - semântica - interpretação de textos.



Leia o texto a seguir para responder às próximas 3 questões.

Maldades contra Machado

Entre os terríveis efeitos da crise econômica global está o de prejudicar as festividades relativas ao centenário da morte de Machado de Assis, ocorrido na segunda-feira 29 de setembro, quando os mercados desabaram no mundo inteiro.
Não é a primeira vez, nem a segunda, que Machado de Assis se vê atropelado pelos eventos da economia.
A primeira humilhação mais fundamental teve a ver com o patrimônio que deixou para seus herdeiros. Em julho de 1898, temendo por sua saúde, escreveu um testamento, deixando para Carolina, sua esposa, entre outros bens, 7.000 contos em títulos da dívida pública do empréstimo nacional de 1895. Esses títulos entraram em moratória pouco antes da data desse testamento.
Em 1906, com a morte de Carolina, Machado escreveu um novo testamento, declarando possuir não mais 7, mas 12 apólices do empréstimo de 1895, ou seja, as sete originais mais títulos novos que recebeu pelos juros e principal não pagos.
A moratória perdurou até 1910, quando a nova herdeira, a menina Laura, filha de sua sobrinha, começou a receber juros. Em 1914, uma nova moratória interrompe os pagamentos até 1927, e novamente em 1931. Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um “calote” completo em 1937. Nos 40 anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.
O Estado a que Machado serviu e honrou ao longo de sua vida devastou-lhe a herança, a pecuniária ao menos, com essa sucessão de “calotes”. E, a partir de 1943, quando os pagamentos foram retomados, a inflação funcionou como uma crueldade superveniente, pois os títulos não tinham correção monetária.
Como se não bastasse a desfeita, ou para tentar uma compensação, em 1987, resolvemos homenagear Machado de Assis em uma cédula de mil cruzados. A cédula foi colocada em circulação em 29 de setembro de 1987, exatos 79 anos da morte do escritor, e nesse dia valia pouco menos de US$ 20.
Em 16 de janeiro de 1989, em conseqüência do Plano Verão e da mudança do padrão monetário, Machado recebe um vergonhoso carimbo triangular cortando-lhe três zeros: a cédula agora correspondia a um cruzado novo, que nascia valendo cerca de US$ 1, conforme a cotação oficial. No “paralelo” valia bem menos.
Em 31 de outubro de 1990, depois de três anos de militância, a cédula com Machado deixa de circular por valer menos de um centavo de dólar. Só se pode imaginar o que Machado diria disso tudo.

(Gustavo Franco. Folha de São Paulo, 4 de outubro de 2008.)


(SENADO FEDERAL – 2008 – FGV) 1 - “Em 31 de outubro de 1990, depois de três anos de militância, a cédula com Machado deixa de circular por valer menos de um centavo de dólar.” (último parágrafo)

No trecho acima, a palavra destacada encontra seu sentido mais próximo em:

Atividades sobre semântica - Vestibulares


1– (FUVEST)Os atuais simuladores de vôo militares estão em condições não apenas de exibir uma imagem “realista” da paisagem sobrevoada, mas também de confrontá-la com a ….. obtida dos radares.
O termo que preenche adequadamente a lacuna no texto é:
a) iconologia.
b) iconoclastia.
c) iconografia.
d) iconofilia.
e) iconolatria.

2 – (UCSAL) TEXTO
Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse:
Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende.
Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio.
Menino perdido, menino de engenho.
José Lins do Rego – Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.
No texto, o verbo cheirar tem significado de:
a) agradar.
b) parecer.
c) enfeitiçar.
d) indagar.
e) bisbilhotar.

3 – (PUC-MG) Em todas as alternativas, a mudança proposta para o período em destaque alterou o seu sentido, EXCETO em:
a)) Ele levantou lentamente os olhos para ver o céu. | Ele levantou os olhos para ver o céu lentamente.
b) Devo encontrá-lo apenas no shopping. | Devo apenas encontrá-lo no shopping.
c) O meu pedido foi só que ele estivesse aqui no horário marcado. | O meu pedido foi que ele estivesse aqui só no horário marcado.
d) Ele disse que necessariamente conseguiria resultados para a pesquisa. | Ele disse que conseguiria necessariamente resultados para a pesquisa.
e) Carmen gosta de pensar muito antes de agir. | Carmen gosta muito de pensar antes de agir.

4 – (PUC-RJ)
Texto
As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos
remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte,
filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de
Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua.
5    Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-
rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a univer-
sidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.
- A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu
emprego único; Itaguaí é o meu universo.
10    Dito isto, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo
e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as
leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e
Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz
15    de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,
caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco,
admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão
Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com
20    facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelen-
te vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos
e inteligentes. Se além dessas prendas, – únicas dignas da
preocupação de um sábio, – D. Evarista era mal composta
de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, por-
25    quanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência
na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte,
não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da
ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três
30    anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez
um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores
árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas
às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconse-
lhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre
35    dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de
Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua
resistência, – explicável mas inqualificável, – devemos a total
extinção da dinastia dos Bacamartes.
Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as
40    mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo
e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos
desta lhe chamou especialmente a atenção, – o recanto
psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colô-
nia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante
45    matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão
Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particular-
mente a brasileira, podia cobrir-se de “louros
imarcescíveis”, – expressão usada por ele mesmo, mas
em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era
50    modesto, segundo convém aos sabedores.
Machado de Assis. O alienista
São Paulo: Ática, 1982, pp. 9-10.
Leia os seguintes trechos do texto:
• …estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. (l. 21-22)
• Se além dessas prendas, [...] D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte. (l. 22-26)
Sem alteração das relações de sentido originais, as palavras destacadas podem ser substituídas, respectivamente, por
a) portanto – visto que
b) entretanto – portanto
c) então – se bem que
d) por isso – não obstante
e) todavia – sendo que

5 – (UFPE)
DESCOBERTA DA LITERATURA
No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/
cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./
E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/
para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./
Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/
ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/
com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./
Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/
em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/
e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/
a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/
que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/
e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/
receava que confundissem/ o de perto com o distante,/
o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/
e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/
ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./
(…)
João Cabral de Melo Neto
Tomando ainda como referência o texto, relacione a 2a coluna de acordo com a 1a, identificando os sinônimos:












A ordem correta é:
a) 5, 2, 3, 1, 4
b) 2, 4, 5, 3, 1
c) 3, 1, 4, 5,
d) 2, 1, 3, 4, 5
e) 1, 2, 3, 4, 5

6 – (UFPB) Nofragmento: “Nada mais cruel do que a cronicidade de certas formas detuberculose.”, os termos sublinhados expressam uma comparação. Estaidéia também está presente em
a) Vendo os doentes na janela, a mulher do riso desdentado deu adeus como na véspera.
b) Os doentes do Sanatorinho portavam-se como desejava o Simão, intimidando-se.
c) Como a fulana nada prometera, Simão desesperava-se com a enfermidade.
d) Simão não sabia como suportar o desejo incoercível que lhe despertara a estranha criatura.
e) “Mas o Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, sem ódio, quase com ternura, ‘ matei um ‘ .”

7 – (UFPE) Observe:
1) A mochila ideal: o modelo que seu filho insistiu em ganhar pode não ser o indicado. Vejaporquê.
2) Saiba porque somos a maior empresa de mudanças do Brasil.
3)
Por que 40% dos passageiros têm pavor de voar?
4) A clonagem de árvores faz a produção aumentar, porque as mudas mantêm as características da planta doadora.
5) É fácil entender o porquê da estreita relação entre o destino das línguas e o destino das culturas.
As expressões destacadas estão corretamente usadas em:
a) 3 e 4 apenas
b) 1,2,3,4 e 5
c) 3,4, e 5 apenas
d) 1, 4 e 5 apenas
e) 2,3 e 4 apenas

8 – (PUC-MG) Assinalea alternativa em que a mudança de posição do termo sublinhado nãoimplique a possibilidade de mudança de sentido do enunciado.
a) Belo Horizonte já foi uma linda cidade.
Belo Horizonte já foi uma cidade linda.
b) Filho meu não irá para o exército.
Meu filho não irá para o exército.
c) Meu carro novo é maior.
Meu novo carro é maior.
d) Por algum dinheiro ele seria capaz de vender a casa.
Por dinheiro algum ele seria capaz de vender a casa.
e) Com uma simples dose do medicamento ficou curada.
Com uma dose simples do medicamento ficou curada.

9 – (UFF)
TEXTO I
O “brasil” com b minúsculo é apenas um
objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação
interior, pedaço de coisa que morre e não tem a
menor condição de se reproduzir como sistema;
como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do
século XIX, que viam na terra – um pedaço perdido de
Portugal e da Europa – um conjunto doentio e
condenado de raças que, misturando-se ao sabor
de uma natureza exuberante e de um clima tropical,
estariam fadadas à degeneração e à morte
biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B
maiúsculo é algo muito mais complexo. É país,
cultura, local geográfico, fronteira e território
reconhecidos internacionalmente, e também casa,
pedaço de chão calçado com o calor de nossos
corpos, lar, memória e consciência de um lugar
com o qual se tem uma ligação especial, única,
totalmente sagrada. É igualmente um tempo
singular cujos eventos são exclusivamente seus, e
também temporalidade que pode ser acelerada na
festa do carnaval; que pode ser detida na morte e
na memória e que pode ser trazida de volta na boa
recordação da saudade. Tempo e temporalidade de
ritmos localizados e, assim, insubstituíveis.
Sociedade onde pessoas seguem certos valores e
julgam as ações humanas dentro de um padrão
somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas
de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e
consciência: algo que se soma e se alarga para o
futuro e para o passado, num movimento próprio
que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte
conhecido e parte misterioso, como um grande e
poderoso espírito. Como um Deus que está em
todos os lugares e em nenhum, mas que também
precisa dos homens para que possa se saber
superior e onipotente. Onde quer que haja um
brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no
entanto – tal como acontece com as divindades -
será preciso produzir e provocar a sua
manifestação para que se possa sentir sua
concretude e seu poder. Caso contrário, sua
presença é tão inefável como a do ar que se respira
e dela não se teria consciência a não ser pela
comparação, pelo contraste e pela percepção de
algumas de suas manifestações mais contundentes.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?
Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-12
Assinale a opção que não apresenta relações de comparação, que estejam lingüisticamente marcadas por conectivos comparativos:
a) “Como um Deus queestá em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa dos homenspara que possa se saber superior e onipotente.” (linhas 33-36)
b) “É igualmenteum tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e tambémtemporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval” (linhas18-21)
c) “Aqui, o Brasil é um ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito.” (linhas 31-33)
d) “Onde quer quehaja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto – talcomo acontece com as divindades – será preciso produzir e provocar asua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder.”(linhas 36-41)
e) “Casocontrário, sua presença é tão inefável como a do ar que se respira edela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo contrastee pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes.”(linhas 41-45)

Gabarito
c,b,d,a,a,a,c,a,b