quinta-feira, 30 de julho de 2020

Regência Nominal


Regência Nominal


Regência nominal na construção do texto.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
REGÊNCIA NOMINAL NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO
Vamos ler o fragmento do poema Dispersão, do poeta português Mário
de Sá Carneiro.


Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades ----- mim.
ia nominal na construção do texto
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia ----- ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
(...)

Com que palavras poderíamos completar os espaços pontilhados? ( de – de ou por)
- Quem tem saudades, tem saudades
de alguém ou de alguma coisa.
- Quem sente ânsia, sente ânsia
de ou por alguma coisa.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Logo a “percepção” que se tem ao empregar as palavras que faltavam no texto se deve a um mecanismo sintático chamado regência nominal e as palavras que o completaram chamam-se preposições. A escolha por determinada preposição não é ao acaso: foi escolhida a preposição certa porque o uso e o sentido determinam essa escolha.


A palavra saudade e ânsia são substantivos (termos regentes) que necessitam de uma preposição para se ligar ao seu complemento (termo regido).


Assim como os verbos, em algumas situações, os nomes também precisam de complementos para possuir sentido completo.

Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Regência nominal é o nome que se dá à relação particular que se estabelece entre substantivos, adjetivos e alguns advérbios e os termos regidos por eles. Essa relação é intermediada por uma preposição. Muitos desses nomes apresentam a mesma regra dos verbos de que derivam.


Veja: Quem obedece, obedece
a alguém ou a algo
Quem é obediente é obediente
a alguém ou a algo.
As preposições que ligam substantivos, adjetivos e advérbios a seus complementos podem variar.

Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Mas para que possamos entender bem a regência nominal, é preciso conhecer as preposições, reconhecer o substantivo, adjetivo e advérbio e saber diferenciar o adjunto nominal do complemento nominal, pois nem todas as palavras que completam o sentido do substantivo são complementos nominais, que é o que estudamos na regência nominal.


O adjunto adnominal se liga a um substantivo abstrato ou concreto com ou sem preposição. Normalmente o segundo termo indica posse e pratica a ação. Quando se tem uma ligação com o substantivo concreto, não resta dúvida, é adjunto adnominal, não podendo ser jamais um complemento nominal.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Ex.: Casa de barro.
Como a palavra casa é um substantivo concreto, a expressão “de barro” é um adjunto adnominal.
Quando se tem uma ligação com um substantivo abstrato, tem que ser observado se o segundo termo recebe ou pratica a ação. 
Se pratica, é adjunto adnominal e se recebe é complemento /nominal.

Ex.:1- Amor de pai.
2- Amor ao pai.
Na frase 1, “de pai” indica posse, pratica a ação, logo é adjunto adnominal.
Na frase 2, “ao pai”, recebe a ação, logo é complemento nominal.

Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
O complemento nominal vem ligado a um substantivo abstrato, adjetivo e advérbio sempre exigindo uma preposição.
Ex: Sempre
cauteloso com os amigos.
Cauteloso – adjetivo
Com os amigos – complemento nominal
Os políticos deviam agir
compativelmente com as ideias
que defendem no palanque.
Compativelmente – advérbio
Com as ideias... – complemento nominal
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Iremos conhecer agora a regência de alguns
substantivos em determinados contextos.
Necessidade de:
Veja, no poema Versos íntimos, de Augusto dos Anjos, o
emprego dessa palavra:
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Medo de, a:
Leia o fragmento do poema Adeus à hora da largada,
do poeta angolano Agostinho Neto.
(...)
... teus filhos
Com fome
Com sede
Com vergonha de te chamarmos Mãe
Com
medo de atravessar as ruas
Com
medo dos homens
Nós mesmos.
(...)
NETO, Agostinho. Sagrada esperança – São Paulo: Ática, 1985.p.9.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Vontade de:
Vou-me embora pra Pasárgada
(...)
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade
de me matar
_ Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
BANDEIRA,Manuel.50 poemas escolhidos pelo autor.
São Paulo: Cosac Naify, 2006. p.33.
Imagem: marcusrg / Creative Commons Attribution 2.0
Generic

Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Certeza de: Vamos contextualizar na música.
Tocando em frente – Almir Sater
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já sofri demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe
Eu só levo a
certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
(...)

Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Regências de outros substantivos:
Admiração a, por
Tenho admiração por meu pai.
Devoção a, para, com, por
Tenho devoção por/ a Nossa Senhora Aparecida.
Receio de
O aluno tem receio de não passar no vestibular.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Respeito a com, para com, por
Devemos ter respeito por/ para com nossos pais.
Conciliação entre
O juiz participou da conciliação entre os políticos de
oposição.
Amor a, por
Tenho amor a/por minha profissão.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Regência de alguns adjetivos
Aflito com, por
Estava aflito com/por sua chegada.
Generoso com
O pai foi generoso com o filho.
Bondoso com, para, para com
A mãe foi bondosa com/ para com a filha desobediente.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Rigoroso em, com
Foi rigoroso com a filha.
Afável com, para com
Era afável com/ para com todos.
Gentil com, de, para com.
O namorado foi gentil com/ para com a namorada.
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Regência de Advérbios
Advérbios com sufixo -mente, originados de radicais de
adjetivos, seguem a mesma regência dos adjetivos de que
foram formados.
Observe.
As ações dos políticos deveriam ser compatíveis com as ideias que defendem em campanhas.
Os políticos deveriam conduzir suas ações compativelmente com as ideias que defendem em
campanhas.

Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Lembramos também que um termo pode ser, ao mesmo tempo, regente e regido. Observem:
“... a
força de um país é igual à sua capacidade de acreditar”.

força - termo regente
de um país- termo regido
Igual- termo regente
capacidade- termo regido e regente
Acreditar- termo regido
Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
Regência nominal na construção do texto
Assim como a regência verbal, o estudo da regência nominal também é importantíssimo para a construção de um bom texto.
A linguagem popular admite os usos espontâneos da regência nominal, permite que o falante se expresse sem observar o emprego correto dessa regência. Mas é preciso conhecer as duas variedades linguísticas: a popular e a padrão (norma culta), uma vez que nos contextos formais deve ser evitado o uso coloquial.

Língua Portuguesa, 3º Ano do Ensino Médio
R

Regência Nominal

Regência nominal

Regência nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.

No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo.

Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a".Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos

Admiração a, por

Devoção a, para, com, por

Medo de

Aversão a, para, por

Doutor em

Obediência a

Atentado a, contra

Dúvida acerca de, em, sobre

Ojeriza a, por

Bacharel em

Horror a

Proeminência sobre

Capacidade de, para

Impaciência com

Respeito a, com, para com, por

Adjetivos

Acessível a

Entendido em

Necessário a

Acostumado a, com

Equivalente a

Nocivo a

Agradável a

Escasso de

Paralelo a

Alheio a, de

Essencial a, para

Passível de

Análogo a

Fácil de

Preferível a

Ansioso de, para, por

Fanático por

Prejudicial a

Apto a, para

Favorável a

Prestes a

Ávido de

Generoso com

Propício a

Benéfico a

Grato a, por

Próximo a

Capaz de, para

Hábil em

Relacionado com

Compatível com

Habituado a

Relativo a

Contemporâneo a, de

Idêntico a

Satisfeito com, de, em, por

Contíguo a

Impróprio para

Semelhante a

Contrário a

Indeciso em

Sensível a

Descontente com

Insensível a

Sito em

Desejoso de

Liberal com

Suspeito de

Diferente de

Natural de

Vazio de

Advérbios

Longe de
Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.


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quinta-feira, 9 de julho de 2020

MÓDULO REGÊNCIA VERBAL


MÓDULO REGÊNCIA VERBAL

Desafio (página 73)

1. No contexto em questão, os verbos estar, viver e
jazer são intransitivos e, quando acompanhados de
complementos adverbiais, não exigem a preposição
a. Assim, em conformidade com a norma-padrão, o
verso será: “Paz, onde tu estás? Onde você vive? Em
que lugar você jaz?”.

2. O verbo bater está empregado com o sentido de dar
golpes (em porta, janela, etc.), ou “bater palmas, cha-
mando a atenção dos que estão no interior da residên-
cia” (segundo Houaiss). No entanto, a preposição em
está regendo o verbo, contrariando a norma-padrão,
que requer a preposição a: bater à porta.
De acordo com a norma-padrão, o verso será: “Será
que não ouvimos quando a paz bateu à porta?”.

Ortografar (página 74)
1.
a) O s não representa o som /z/ em início de palavra.
b) Para representar o som /z/, o s deve estar entre
vogais.




3
a) Se eles quisessem, poderiam ter participado do evento.
b) O cliente exigiu que a empresa contratada refizesse parte dos serviços mal executados.
c) Os bombeiros sempre dizem que água acima do umbigo já é um risco, e as crianças merecem atenção re-
dobrada.
d) Quando você quiser saber mais sobre sua história, ouça seus avós.
e) Aquela viagem permitiu que puséssemos a conversa em dia.
f) A carta foi um pedido para que o governo não se desfizesse do patrimônio que pertencia a todos os cida-
dãos.
g) Ao reutilizarmos materiais recicláveis, contribuímos para a diminuição do uso de matérias-primas.
h) Naquele caso, está claro que eles puseram o carro na frente dos bois.
i) Se eles usassem o bom senso, não cometeriam aqueles erros.

Teste (página 76)

1. Alternativa a. Comentários:
a) Correto: tanto emanar como provir exigem a preposição de.
b) Incorreto: tanto exercer como realizar são verbos transitivos diretos.
c) Incorreto: tanto buscar como almejar são verbos transitivos diretos.
d) Incorreto: visar, com o sentido de “almejar”, tem regência indireta, com a preposição a (como aparece no
texto da lei); já objetivar é verbo transitivo direto.

2. Alternativa d. Comentários sobre as incorretas:
II. No segundo parágrafo, a regência de todos os verbos está de acordo com a norma-padrão. III. No terceiro
parágrafo, o verbo conseguir é transitivo direto, e pedir é transitivo direto (o objeto direto é a última frase do
texto) e indireto (objeto indireto: ao pai).
Em casa (página 77)

1.
• ter: transitivo direto (complemento: tudo)
• fazer: transitivo direto e indireto (companhia: objeto direto; lhe: objeto indireto).
• cruzar: transitivo direto (complemento: portão)
• perder: transitivo direto (complemento: tudo)
• testemunhar: transitivo direto (complemento: tal posicionamento)
• admitir: transitivo direto (complemento: o)

2. Os deslizes estão no trecho: “Muita gente assiste esse tipo de programa e aspira estar naquela situação”.
O correto, segundo a norma-padrão, é: “Muita gente assiste a esse tipo de programa e aspira a estar naquela
situação”.