domingo, 31 de maio de 2015

Crase [mais, rs]

Crase: Regras de uso e emprego
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

A palavra crase é de origem grega e significa fusão, mistura. Em gramática, basicamente a crase se refere à fusão da preposição a com o artigo feminino a: Vou à escola. O verbo ir rege a preposição a, que se funde com o artigo exigido pelo substantivo feminino escola: 

Vou à (a+a) escola.

A ocorrência de crase é marcada com o acento grave (`). A troca de escola por um substantivo masculino equivalente comprova a existência de preposição e artigo: Vou ao (a+o) colégio.

No caso de ir a algum lugar e voltar de algum lugar, usa-se crase quando: "Vou à Bolívia. Voltoda Bolívia". Não se usa crase quando: "Vou a São Paulo. Volto de São Paulo". Ou seja, se você vai a e volta da, crase há. Se você vai a e volta de, crase para quê?

É erro colocar acento grave antes de palavras que não admitam o artigo feminino a, como verbos, a maior parte dos pronomes e as palavras masculinas.

A tabela resume os principais casos em que a crase deve (ou não) ser utilizada:
Caso
Uso obrigatório
Uso proibitivo
Uso facultativo
Antes de palavras masculinas
Quando estiver implícito “à moda de”: móveis à Luís 15;

Quando subentendido termo feminino: vou à [praça]João Mendes
Viajar a convite, traje a rigor, passeio a pé, sal a gosto, TV a cabo, barco a remo, carro a álcool etc.

Antes de verbos

Disposto a colaborar.

Antes de pronomes

Antes da maior parte deles: Disse a ela que não virá; nunca se refere a você.
Pronomes possessivos: Enviou a carta à sua família. Enviou a carta a sua família.
Quando "a" vem antes de plural

A pesquisa não se refere a mulheres casadas.

Expressões formadas por palavras repetidas

Cara a cara; ponta a ponta frente a frente; gota a gota.

Depois de "para", "até", "perante", "com", "contra" outras preposições

O jogo está marcado para as 16h; foi até a esquina; lutou contra as americanas.

Antes de cidades, Estados, países
Foi à Itália (voltou da Itália).

Chegou à Paris dos poetas (voltou da Paris dos poetas).
Foi a Roma (voltou de Roma).

Foi a Paris (voltou de Paris).

Locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas de base feminina
Às vezes, às pressas, à primeira vista, à medida que, à noite, à custa de, à procura de, à beira de, à tarde, à vontade, às cegas, às escuras, às claras, etc.

Locuções femininas de meio ou instrumento: À vela/a vela; à bala/a bala; à vista/a vista; à mão/a mão. (Prefira crase quando for preciso evitar ambiguidade: Receber à bala).
Aquele, aqueles, aquilo, aquela, aquelas
Referiu-se àquilo;

Foi àquele restaurante;
Dedicou-se àquela tarefa.


Com demonstrativo “a”
A capitania de Minas Gerais estava ligada à de São Paulo;

Falarei às que quiserem me ouvir.



Bibliografia
·         Manual da Redação do jornal Folha de S.Paulo.


Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contração se dá na junção de uma preposição com outra palavra.

Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união. Observe:

• Aonde (preposição a + advérbio onde)

• Ao (preposição a + artigo o)

Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja:
• da ( preposição de + artigo a)

• na (preposição em + artigo a)


Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas orações: a crase.

Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.

Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao”, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase.

Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao supermercado. Logo, o uso da crase está correto.

Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao” ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.

É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão “à moda”.  Veja:

Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.


À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.

Quero uma pizza à moda italiana.


Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).

Por Sabrina Vilarinho

Graduada em Letras


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Você já teve dúvidas se colocava ou não a crase nos pronomes demonstrativos? O problema é que esta crase não é do pronome, mas sim a representação da junção da preposição que o antecede e seu  “a” inicial! 


Assim, existirá o acento grave quando o que foi dito anteriormente exigir a preposição “a”. Veja: 



Refiro-me a alguém. 
Refiro-me a aquela mulher. 
Refiro-me àquela mulher. 



Agora veja: Refiro-me àquela mulher que entrou agora ou Refiro-me à que entrou agora. 



Ficará ainda mais claro se você substituir o pronome por outro que não comece com “a”: 



Não me refiro àquilo que aconteceu ontem. Refiro-me a isso que aconteceu agora. 



Não se assuste em colocar a crase antes de “aquele”, por se tratar de um termo masculino, pois o que é levado em consideração é o “a” do início. 



Este caderno é igual àquele que vimos ontem. 



Agora veja com mais exatidão: Você receberá o seu bônus quando este sucederàquele dos minutos gratuitos. 



Você receberá o seu bônus quando ele suceder a este plano de minutos gratuitos. 



A crase também pode ocorrer com os pronomes relativos a qual, as quais: 



As celebrações às quais assisti eram muito mais breves. 



Ainda pode ocorrer com “à que”, a fim de se evitar repetições desnecessárias: 



Comprou uma capa igual à (capa) que tinha estragado na última chuva.


Por Sabrina Vilarinho

Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola


O artigo antecede somente substantivos ou palavras com valor de substantivo. Por esta razão, a crase não virá diante de verbos, nem tão pouco de pronomes pessoais (sujeito).

Contudo, tanto a preposição “a” quanto o artigo feminino “a” virão diante de substantivos femininos, já que os substantivos masculinos não admitem artigo feminino. 
Observe: 


Não irei à farmácia. Irei ao supermercado. 



O verbo “ir” exige preposição, veja: Não irei. Onde? A algum lugar. Qual? Afarmácia. Quem vai, vai a algum lugar. Na resposta “a qual lugar?” temos o artigo “a”. Logo, a preposição “a” mais o artigo feminino “a”, que acompanha o substantivo na resposta (a farmácia), formam a crase. 



Agora, observe:


Não quero ler a capa deste livro.


O verbo “ler” ou a locução verbal “quero ler” não exigem preposição, portanto, o termo “a” que está na oração acima é um artigo feminino.


Declarei a ele que sou inocente.

Na oração acima, o pronome pessoal “ele” não admite artigo e, por isso, o termo “a” é uma preposição. Declarei algo a alguém. A quem? a ele. 


• Preposição “a” e os pronomes demonstrativos 



Os pronomes demonstrativos em que a crase pode ocorrer são: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a(s). Para isso, o termo regente deve exigir preposição. Por exemplo: 



Assisti àquele programa horrível de TV. 

Àquilo chamam de programa educativo? 

Refiro-me àquela aluna estudiosa.



Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola


Em se tratando das peculiaridades gramaticais, fontes geradoras de inúmeros questionamentos, o acento indicador da crase é um típico exemplo de tal representatividade.


Quantas vezes em determinadas circunstâncias, sentimo-nos rodeados por dúvidas em relação ao uso correto deste sinal gráfico. Como por exemplo: festa a fantasia? Ou festa à fantasia? Frango a milanesa? Ou frango à milanesa?



Este é um fato que aos poucos, mediante à prática assídua da leitura e escrita, torna-se menos complexo, pois as famigeradas regras que tanto insistem em nos confundir, paulatinamente incorporam-se ao nosso conhecimento linguístico à medida que as apreendemos de maneira efetiva.



Muitas vezes, uma análise contextual é o bastante para detectarmos ou não a sua presença, tendo em vista duas funções básicas:



* Sinalizar a fusão básica de duas vogais idênticas referentes a um termo que exija o uso da preposição “a” com outro que permita o uso do artigo definido. Como demonstra o exemplo:



Vamos à piscina – Quem vai, sempre vai a algum lugar.



Piscina é um substantivo feminino antecedido do artigo do mesmo gênero.
Portanto, neste caso constitui-se a referida ocorrência.



* Evitar a ambiguidade nas frases em função desta semelhança (duas vogais idênticas, porém com funções distintas). Neste caso, faz-se necessário estabelecermos uma relação de sentido ligado à semântica discursiva para que o impasse seja solucionado. Vejamos:



Carlos pintou a máquina.
Neste caso temos um artigo definido acompanhando o substantivo máquina.



O discurso revela-nos que foi aplicado tintura a um determinado objeto.



Carlos pintou à máquina.
Aqui já denota outro sentido: o de usar algum tipo de mecanismo para realizar tal atividade. A pintura poderia ser realizada à mão.



Cheirar a gasolina.
Cheirar à gasolina.



Na primeira incidência, temos a noção de significância ligada ao ato de aspirar o combustível. Já a segunda revela um odor com características semelhantes ao combustível.



Apenas nos restou a vontade de revê-lo.
Os convidados sentiram-se à vontade no recinto.



Fato semelhante ocorre neste exemplo.



Diante do exposto, retomemos à afirmativa anteriormente mencionada em relação ao emprego correto da crase. Em ambos os casos, faz-se necessário o emprego da crase, por tratar-se de expressões que denotam (mesmo que implícitas) à moda de, à maneira de.



Torna-se importante ressaltar que mesmo em se tratando de casos antepostos a termos masculinos, prescinde-se da referida exigência. Como nos mostra o exemplo:



A bela mulher usufrui de seus modelos à Luis XV.


Por Vânia Duarte

Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola


Em meio a tantas exceções, às vezes é mais simples você memorizar quando a crase não é utilizada do que quando é!


Então, vejamos os casos:



1. Antes de substantivos masculinos:



a) Ele veio a pé.
b) Não vendemos a prazo.
c) Vamos conhecer a fazenda a cavalo.
d) Você deve se vestir a caráter.



2. Antes de verbo no infinitivo:



a) Começou a sorrir quando dei a notícia!
b) Ficou a pensar nela o dia todo!
c) Estava a celebrar sua vitória!



3. Diante de nomes de cidades:



a) Chegou a Belo Horizonte em segurança.
b) Quem tem boca, vai a Roma.
c) Foi a Vitória conhecer o mar.



Detalhe importante: Quando especificar a cidade, coloque a crase: Irei à Veneza dos apaixonados. Refiro-me à Inglaterra do século XVIII.



4. Em substantivos que se repetem: gota a gota, cara a cara, dia a dia, frente a frente, ponta a ponta.



5. Diante de pronomes (pessoais, demonstrativos, de tratamento, indefinidos e relativos):



a) Solicitei a ela que tivesse calma, pois tudo daria certo!
b) Você vai sair a esta hora?
c) Comunicarei a Vossa Alteza a sua decisão!
d) Dê comida a qualquer um que tenha fome!
e) Agradeço a Deus, a quem pertence tudo que sou e tenho!



6. Antes do artigo indefinido “uma”: Ele foi a uma comunhão.



7. Diante de substantivos no plural:



a) O prêmio foi concedido a alunos vencedores.
b) Não gosto de ficar próximo a pessoas que conversam demais!
c) Gosto de ir a praças para ler!



8. Antes de números cardinais: Vou embora daqui a quinze minutos.



9. Antes de nomes de mulheres consideradas célebres:



a) Refiro-me a Brigitte Bardot e sua má postura!
b) Este livro faz referência a Joana D’Arc.



10. Diante da palavra “casa” quando esta não estiver especificada: Foi a casa. Voltou a casa.



Detalhe importante: Se a palavra “casa” vier determinada por adjunto adnominal,ou seja, caso esteja especificada, aceita-se a crase: Fui à casa de meus avós ou Voltei à casa de meus pais.



11. Diante da palavra “terra” quando significar “terra firme” e não estiver especificada: Após viajarmos muito pelos mares, voltamos a terra.
Porém, quando possuir o sentido de planeta, ocorrerá a crase. Ex.: Os astronautas voltaram à Terra.
No caso de a palavra terra estiver especificada, a crase estará confirmada. Ex.: Voltamos à terra de meus avós.




Observação importante:



O uso da crase é facultativo: antes de possessivo (Leve o presente à/a sua amiga); antes de nomes de mulheres que não sejam célebres (Foi à/a Ana falar de seu amor) e com “até”: 

Foi até à/a escola mais próxima fazer sua matrícula.


Por Sabrina Vilarinho

Graduada em Letras


O conhecimento que adquirimos mediante o estudo dos fatos gramaticais por vezes nos conduz à seguinte constatação: mais do que apreendê-los, torna-se necessário compreendermos acerca das razões que os concebem como tais.  Assim, com base nessa premissa, cabe ressaltar que se trata de uma diversidade deles e que citá-los em sua totalidade seria por demais inviável, em se tratando desse nosso encontro. Dessa forma, elegemos como prioridade para nossa discussão a estreita relação que se estabelece entre o uso da crase e a regência verbal.

Dessa forma, a compreensão que se estabelece acerca dos aspectos conceituais, sobretudo os que se atém à junção do artigo “a” + a preposição “a” tornam-se insuficientes, concisos e um tanto quanto superficiais. Nesse sentido, emerge daí (ou ao menos precisa emergir) o seguinte questionamento: a presença da preposição se deve exatamente a quê? Ora, é simples, basta nos atermos aos exemplos seguintes:

Iremos À praia, caso não chova.

Entregamos as encomendas ÀQUELES clientes.

Analisando ambos os verbos, segundo a ótica da regência, constatamos que, de acordo com a predicação, classificam-se como transitivos indiretos, a saber:

Quem vai, vai a algum lugar, por isso “à praia”.

Quem entrega, entrega algo a alguém, por isso “àqueles clientes”.

Como pôde perceber, nada de excepcional norteia os preceitos atribuídos a essa ocorrência linguística, haja vista que apenas um pouco mais de análise acerca dos conhecimentos antes adquiridos (regência) para constatarmos  as razões desta ou daquela classificação.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras


Das 7h às 19h ou Das 7h as 19h?

Entre as 9h e 18h ou entre às 9h e 18h?
Após as 20h ou após às 20h?


Ao se deparar com tais excertos, algo lhe vem à memória? Algo assim, fazendo referência a dúvidas, questionamentos diversos? 

Independentemente de quaisquer que sejam suas impressões, sabemos que em se tratando desses fatídicos entraves que tendem a nos acompanhar se encontra presente também o uso ou não da crase na indicação de horas.


Dessa forma, em face dessa inquestionável realidade, prestemo-nos à análise de alguns pressupostos que porventura farão com que você entenda algumas peculiaridades que norteiam o assunto em questão. Ei-los, portanto:



# Em se tratando da indicação de horas exatas, o uso da crase se faz presente, sempre. Constatemos alguns exemplos:



A reunião irá começar às 7h.

As aulas terão início às 20h.


# Nos casos relacionados a horas expressas no singular, como, por exemplo, “uma hora”, o elemento que acompanha o substantivo “hora” não é um artigo, mas sim um numeral, o que equivale a dizer “a primeira hora”. Dessa forma, o uso da crase também se manifesta. Observe:



Chegamos à 1h ontem.

# Mediante o uso de determinadas preposições, como é o caso das representadas por “para”, “desde”, “após” e “entre”, o uso da crase se torna dispensável. Atente-se aos exemplos:


Retornaremos após as 17h.

O encontro está marcado para as 13h.

Eles se encontram aqui desde as 15h30.

A conferência será realizada entre as 14h e as 18h.



Por Vânia Duarte
Graduada em Letras