domingo, 6 de novembro de 2016

FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS

► Infinitivo: entre as formas nominais, é o que mais se aproxima do substantivo. É a forma pela qual um verbo apresenta-se naturalmente, sem qualquer conjugação, dando ideia de uma ação ou estado. Na gramática da língua portuguesa, além do infinitivo não flexionado, conhecido como infinitivo impessoal, existe também o infinitivo flexionado por pessoa, que recebe o nome de infinitivo pessoal. Esse último deve ser utilizado sempre que houver um sujeito definido que seja diferente do sujeito da oração principal. Observe os exemplos:
Infinitivo impessoal:
Navegar é preciso.
Comer muito faz mal à saúde.
Às vezes é preciso esquecer os problemas e apenas viver.
Infinitivo pessoal:
Para conseguirmos estudar, alguém precisa pedir que as crianças façam silêncio.
É importante lembrarmos das regras gramaticais.
Eu vi os amigos olharem-se com carinho.
► Gerúndio: gerúndio é a forma nominal que pode assumir a função de um advérbio ou de um adjetivo, indicando uma ação ainda não terminada no momento em que se fala ou uma ação prolongada no tempo:
As crianças estão estudando para a olimpíada da língua portuguesa.
Ele ficou em casa lendo o manual do brinquedo novo.
Chegando em casa, tirou os sapatos e foi correndo para o sofá.
► Particípio: é a forma nominal que pode assumir a função de um adjetivo, permitindo a formação de tempos verbais compostos, dando a ideia de conclusão da ação verbal:
Esquecidos os problemas, deitou em sua cama e descansou.
A menina foi escolhida representante de classe.
Foi falado que as aulas terminariam às 14 h.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

CONCORDÂNCIA DO VERBO "HAVER" E "FAZER"

CONCORDÂNCIA DO VERBO FAZER 
O brasileiro é resistente ao plural. Esta é a conclusão do professor Pasquale. Ouve-se muito dois real, dez real… 
Para ilustrar o professor propõe à rua a seguinte questão: 

“Faz vinte anos que estive aqui ou fazem vinte anos que eu estive aqui”. 
As opiniões ficam divididas. 
O correto é “ Faz vinte anos que estive aqui.” 

O verbo fazer indicando tempo não tem sujeito. Pode-se e deve-se dizer: “passaram dez anos”.  
De fato, os anos passam. Mas, nunca falar “ fazem dez anos “. 

O mesmo acontece na locução verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação de tempo: “ Já deve fazer 
vinte anos que ela foi embora “. Nunca dizer :”Já devem fazer vinte anos …”. Nesses casos o verbo fazer vem sempre no 
singular. 

Outro caso é levantado: “Quando conheci sua prima, eu morava lá há dez anos” ou “… morava lá havia dez anos”. 
A dica é muito simples. Usando o verbo fazer a forma correta de falar é “…. morava lá fazia dez anos”. Logo, “… eu 
morava lá havia dez anos”. 

Neste caso, o verbo haver equivale a fazer, indica tempo. Os tempos verbais também devem se casar: se eu morava…, 
morava fazia …, morava havia…. É assim que exige o padrão formal da língua. 

CONCORDÂNCIA DO VERBO HAVER 
“Haja paciência!” Todos já ouvimos essa expressão. Esse “haja” é o verbo haver no presente do subjuntivo. 
Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha 
consciência de que o está usando.

“Estive aqui há dez anos”. O “há” presente na oração é o verbo haver e pode ser trocado por outro verbo: “Estive aqui 
faz dez  anos”. 

Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo haver. Quando se diz “Há muitas pessoas na 
sala”, conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. 

Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra pessoas. Não se poderia dizer “Hão pessoas”. 
O verbo haver, quando usado com o sentido de existir, fica no singular. Se fosse usado o verbo existir, este sim iria para 
o plural: “Existem muitas pessoas na sala” 

A confusão tende a aumentar quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão feita 
pelo conjunto “Os incríveis” da canção “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”, diz: 
“… Não era belo mas, mesmo assim, havia mil garotas a fim….” 

Nesta canção o verbo haver foi empregado com o sentido de existir. Logo, está correta a versão, o verbo no passado e 
no singular. 
No Brasil, fala-se “cabe dez”, “sobrou 30”, “falta 30”. Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é 
necessário fazer, erra-se. “Houveram muitos acidentes naquela rodovia”. Errado. 

O correto é “Houve muitos acidentes naquela rodovia”. Haverá acidentes, houve acidentes, há pessoas, havia pessoas, 
houve pessoas. 

Vale repetir: “O verbo haver quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, 
independentemente do tempo verbal. 

PARTÍCULA APASSIVADORA E INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO

Contextualizando-nos ao universo da sintaxe, muito se ouve falar sobre esta expressão: partícula apassivadora. Pode ser que para muitos, sobretudo aqueles que ainda dispõem de um conhecimento mais aprimorado acerca dos fatos que norteiam a língua, tal palavra possa representar um palavrão, dado fato de ela não se conceber assim como tão recorrente no nosso cotidiano linguístico.
No entanto, saiba que conhecê-la um pouco mais, denota, sobretudo, aperfeiçoamento, aprimoramento nas práticas linguísticas das quais fazemos uso, sobretudo em se tratando da modalidade escrita da linguagem.
Cabe-nos, portanto, retomarmos alguns conceitos relacionados às vozes verbais, que nada mais são do que aqueles comportamentais adquiridos pelo verbo, ou seja:
Voz ativa - o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.
Voz passiva- o sujeito recebe, sofre a ação praticada pelo verbo.
Voz reflexiva- o sujeito é agente e paciente de forma simultânea.
Tornando práticas tais noções, constatemos:
Os alunos realizaram a pesquisa – voz ativa
A pesquisa foi realizada pelos alunos - voz passiva analítica (formada por um verbo auxiliar + um principal expresso numa das formas nominais – particípio).
Realizaram-se a pesquisa – voz passiva sintética
Voltemos nossa atenção para essa última, na qual observamos que o verbo, uma vez se classificando como transitivo direto (realizaram), aparece acompanhado do pronome oblíquo “se”.
Dessa forma, cabe ressaltar que em se tratando da função sintática, esse pronome assume a função de partícula apassivadora.
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

Partícula apassivadora: acompanha verbo transitivo direto e serve para indicar que a frase está na voz passiva sintética. Para comprovar, pode-se colocar a frase na voz passiva analítica, como está feito abaixo.
Fazem-se unhas. (voz passiva analítica: Unhas são feitas)
Alugam-se casas e apartamentos. (casas e apartamentos são alugados)

Índice de Indeterminação do Sujeito: vem acompanhando um verbo transitivo indireto, um verbo intransitivo (sem sujeito claro), um verbo de ligação ou um transitivo direto, em casos de objeto direto preposicionado. Serve para indicar que o Sujeito da oração é indeterminado. A voz é ativa. Neste caso, caso seja feita a tentativa, não é possível pôr a oração na voz passiva analítica.
- Necessita-se de voluntários para o hospital. (VTI)
- Neste lugar se é tratado como um animal. (VL)
- Ainda se corre o risco de perder o oxigênio. (VI)
- Ama-se a Deus. (VTD)

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

Placas e mais placas estão espalhadas pela cidade com o seguinte informativo:

a) Aluga-se casas!
b) Alugam-se casas!

Afinal, qual frase está correta: plural ou singular?

Neste caso a partícula “se” é apassivadora, isso quer dizer que o verbo é transitivo direto e a oração está na voz passiva sintética e, portanto, o sujeito aparece após “se”.

Veja como seria se passássemos as frases acima para a voz passiva analítica:

a) Aluga-se casas = Casas é alugada.
b) Alugam-se casas = Casas são alugadas.

Agora responda: E então, qual das duas formas é a certa?
Pela percepção você deve ter respondido letra “b”, uma vez que a concordância verbal entre “casas” e “é” está absurdamente incoerente.

Assim, quando as frases do tipo: Aluga-se apartamentos, Faz-se roupas, Faz-se unhas, Vende-se casas e semelhantes aparecerem a sua frente, faça a seguinte pergunta ao verbo: o que?

Aluga-se apartamentos: o que é alugado? Apartamentos. Então, a oração está errada, pois o sujeito “apartamentos” está no plural e, consequentemente, o verbo também estará: Apartamentos são alugados ou Alugam-se apartamentos!

Acompanhe estes casos:

1. Faz-se unhas: o que é feito? Unhas. Então: Unhas são feitas ou Fazem-se unhas.

2. Vende-se casas: o que é vendido? Casas. Então: Casas são vendidas ou Vendem-se casas.

3. Aluga-se apartamento para temporada: o que é alugado? Apartamento. Então, a oração está correta: Apartamento é alugado.

4. Aluga-se um carro de passeio: o que é alugado? Um carro. Então, a frase está correta: Um carro de passeio é alugado ou Um carro é alugado para passeio.

Agora que você percebeu a diferença, não erre mais, nem fique em dúvida ao escrever ou falar, pergunte ao verbo “o que...?” e fique tranquilo.

CONCORDÂNCIA DO VERBO "SER" - VÍDEOS

 







CONCORDÂNCIA VERBO "SER"

Com o verbo ser, a concordância verbal poderá ser feita de acordo com o sujeito gramatical, como normalmente, ou poderá ainda ser feita de acordo com o predicativo do sujeito.

Concordância verbal com o predicativo do sujeito

A concordância verbal da oração deverá ser feita com o predicativo do sujeito:
Com os sujeitos tudo, nada, o, isto, isso e aquilo, ficando o verbo no singular se o predicativo do sujeito estiver no singular e no plural se o predicativo do sujeito estiver no plural.
  • Isto é um exemplo do que pode acontecer.
  • Isto são exemplos do que pode acontecer.
  • Tudo o que eu quero é um dia sossegado.
  • Tudo o que eu quero são dias sossegados.

Com sujeitos formados pelos pronomes interrogativos que ou quem, ficando o verbo no singular se o predicativo do sujeito estiver no singular e no plural se o predicativo do sujeito estiver no plural.
  • Quem é este garoto?
  • Quem são estes garotos?
  • Que é este embrulho?
  • Que são estes embrulhos?

Quando o verbo ser se apresenta como verbo impessoal, ou seja, sem sujeito, na indicação de noções temporais e distâncias, sendo a concordância verbal feita de acordo com o numeral.
  • É uma da tarde.
  • São seis da tarde.
  • É um quarteirão para a direita.
  • São três quarteirões para a direita.
  • Hoje é primeiro de setembro.
  • Hoje é doze de setembro.
Nota: Com a utilização da palavra dia nas datas, o verbo fica no singular: Hoje é dia doze de setembro. Também é possível a construção da frase com o verbo no singular sem a palavra dia, ficando a mesma subentendida: Hoje é doze de setembro.

Com sujeito formado por uma expressão de sentido partitivo ou coletivo, ficando o verbo no singular se o predicativo do sujeito estiver no singular e no plural se o predicativo do sujeito estiver no plural.
  • A maioria é criança.
  • A maioria são crianças.
  • O restante é besteira.
  • O restante são besteiras.

Com um sujeito singular que se refira a coisas e um predicativo do sujeito no plural, devendo o verbo ser escrito também no plural.
  • Minha vida foram só desilusões.
  • Minha felicidade são as brincadeiras e aconchegos de meus filhos.
Nota: Caso o sujeito indique pessoas, a concordância verbal da oração deverá ser feita com o sujeito.
  • Minha filha é só alegrias e orgulho.
  • Pedro era só confusões e faltas de consideração.


Concordância verbal com o sujeito ou com o predicativo do sujeito

A concordância verbal da oração poderá ser feita com o sujeito ou com o predicativo do sujeito:
Quando o sujeito ou o predicativo do sujeito forem formados por um pronome pessoal reto, sendo a concordância verbal feita de acordo com esse pronome.
  • Entre os diretores, eu sou a única representante feminina.
  • Os responsáveis são eles.
Nota: Caso o sujeito e o predicativo do sujeito sejam ambos formados por um pronome pessoal reto, a concordância verbal será feita de acordo com o primeiro pronome pessoal reto, que exerce função de sujeito.
  • Eu nunca serei ele.
  • Ele nunca será eu.


Outro caso de concordância verbal

A concordância verbal da oração será sempre feita no singular:
Com sujeito que indique quantidade ou medida, seguido de: pouco, muito, menos de, mais de, o suficiente, o bastante,… ficando o verbo sempre no singular, independentemente da quantidade expressa ou da utilização do plural em algum termo da oração.
  • Apenas um litro de água por dia é pouco para mim.
  • Três quilos de açúcar é muito para estes doces. Poderão ficar enjoativos.

================================================

A concordância do verbo “ser” se encontra relacionada a pressupostos específicos
Entre aqueles conhecidos verbos, aos quais podemos atribuir um estudo particular, figura-se o verbo ser, sobretudo no que diz respeito à concordância. Dessa forma, tendo em vista o princípio que rege tal fato linguístico (demarcado pelo fato de o verbo concordar com o sujeito), no que tange ao verbo em questão, muitas vezes a concordância se dá com o predicativo. Em outras, podemos constatar a permutação, ou seja, ora a concordância pode se dar com o sujeito, ora com o predicativo. 
Em face dessa realidade, ocupemo-nos em conhecer os pressupostos que norteiam tal ocorrência linguística, manifestados pelos casos em questão:

# Em se tratando de casos em que o sujeito é representado por “tudo, isso, isto, aquilo”, a concordância do verbo “ser” normalmente se efetiva com o predicativo expresso no plural. Exemplos? Observe:
Tudo são flores.
Aquilo eram fantasias cultivadas.
Isso são desencantos passageiros.

# Nos casos em que o sujeito ou o predicativo é constituído por um pronome pessoal ou nome de pessoa, a concordância se dará com a pessoa gramatical. Atentemo-nos a alguns casos:
A esperança somos nós.   
Beatriz era só alegria.

# Fazendo referência ao dia do mês, o verbo “ser” admite duas construções:
Hoje é dia quatro de março.
Hoje são quatro de março.

# Nos casos em que o sujeito ou predicativo for representado por coisa, bem como se um sujeito ou predicativo se encontrar no singular e outro (sujeito ou predicativo) no plural, a concordância do verbo “ser” se dará no plural. Constatemos alguns exemplos:
Os filhossão o meu tesouro.
# Nas expressões indicativas de quantidade (medida, peso, preço, valor) o verbo “ser” se torna invariável. Exemplos:
Mil reais é pouco para saldar todas as pendências.
Cinco horas de estudo é pouco para quem deseja êxito.
 # Nos casos relacionados à indicação de tempo, o verbo “ser” concorda com a expressão numérica mais próxima. Vejamos:
São três horas agora.
Já é uma hora.